O Mastro desta escuna quebrou, e
ficou quebrado durante 3 meses antes de uma solução, até que o proprietário
resolveu fazer uma luva de inox aparafusada pelas laterais. O mastro se juntou
e ficou em pé durante 2 anos. Até velejou com o barco assim, mas sem poder
subir a vela latina (o grande do mastro da proa). Fui procurado por ele para
colar o mastro e envolve-lo em fibra de carbono. A principio achei uma solução
ariscada e sugeri a descida do mastro para melhores condições de trabalho. Mas
a logística envolvida para tirar e colocar o mastro era enorme e surgiu a
chance de fazer o serviço com andaimes em seco. Só o louco aqui para arriscar
tal empreitada. O problema era que ao subir no mastro, eu não saberia o que ia
encontrar quando abrisse a luva de inox. E a laminação na vertical? Como seria?
Mas mesmo assim topei o serviço.
|
A Escuna |
|
Antes |
|
A luva de inox |
Barco em seco, andaime montado,
lá fui eu para primeira inspeção com o formão e o celular na mão. Descobri que
entre as cruzetas tinha uma região podre e já de cara, arranquei a madeira que
não prestava. Aos poucos fui identificando o que estava bom ou podre. No dia
seguinte enchi a região com massa de epóxi com serragem utilizando um filme de
PVC (desses de cozinha) para embalar a massa. No dia seguinte, depois de muita
discussão no convés, resolvemos apoiar a cruzeta no andaime para dar maior
firmeza à operação de retirar a luva.
|
Colegas de trabalho |
|
Estaleiro Itacuruçá, a terra dos grandes saveiros e escunas |
|
O que encontrei debaixo da luva, após uma leve raspagem |
|
Este buraco foi preenchido com madeira serragem e epoxi |
Ao retirar a luva verifiquei que
toda extensão abaixo do rachado na parte frontal do mastro estava podre. Uma área
de 80cm x 5cm com 10cm de profundidade foi escavada no mastro, esta foi a parte
mais difícil, pois foi tudo retirado no formão e martelo, a mais ou menos 15
metros do chão. No local foi inserida uma madeira como uma tala interna. Colada
com Epoxi serragem e aerosil, tudo devidamente embrulhado no filme de PVC.
Quarenta e oito horas após, uma bela lixada, e laminei duas camadas de tecido de fibra de carbono unidirecional , refazendo a luva agora em epóxi+carbono. Não sei se é o suficiente para aguentar o esforço, mas que com esse serviço acho que atingi o objetivo do cliente que era de dar uma sobrevida ao mastro e poder voltar a velejar com todas as velas.
|
Após a retirada do filme de PVC |
|
A cruzeta reformada |
|
O Carbono |
|
Tatoo finalizando o mastareu |
|
Roger em Itacuruçá |
Sensacional!
ResponderExcluirObrigado...foi complicado, mas deu certo.
Excluir