quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Reparo no mastro da escuna

O Mastro desta escuna quebrou, e ficou quebrado durante 3 meses antes de uma solução, até que o proprietário resolveu fazer uma luva de inox aparafusada pelas laterais. O mastro se juntou e ficou em pé durante 2 anos. Até velejou com o barco assim, mas sem poder subir a vela latina (o grande do mastro da proa). Fui procurado por ele para colar o mastro e envolve-lo em fibra de carbono. A principio achei uma solução ariscada e sugeri a descida do mastro para melhores condições de trabalho. Mas a logística envolvida para tirar e colocar o mastro era enorme e surgiu a chance de fazer o serviço com andaimes em seco. Só o louco aqui para arriscar tal empreitada. O problema era que ao subir no mastro, eu não saberia o que ia encontrar quando abrisse a luva de inox. E a laminação na vertical? Como seria? Mas mesmo assim topei o serviço.
A Escuna


Antes


A luva de inox






















Barco em seco, andaime montado, lá fui eu para primeira inspeção com o formão e o celular na mão. Descobri que entre as cruzetas tinha uma região podre e já de cara, arranquei a madeira que não prestava. Aos poucos fui identificando o que estava bom ou podre. No dia seguinte enchi a região com massa de epóxi com serragem utilizando um filme de PVC (desses de cozinha) para embalar a massa. No dia seguinte, depois de muita discussão no convés, resolvemos apoiar a cruzeta no andaime para dar maior firmeza à operação de retirar a luva.


Colegas de trabalho




Estaleiro Itacuruçá, a terra dos grandes saveiros e escunas


O que encontrei debaixo da luva, após uma leve raspagem

Este buraco foi preenchido com madeira serragem e epoxi



























































Ao retirar a luva verifiquei que toda extensão abaixo do rachado na parte frontal do mastro estava podre. Uma área de 80cm x 5cm com 10cm de profundidade foi escavada no mastro, esta foi a parte mais difícil, pois foi tudo retirado no formão e martelo, a mais ou menos 15 metros do chão. No local foi inserida uma madeira como uma tala interna. Colada com Epoxi serragem e aerosil, tudo devidamente embrulhado no filme de PVC.

Quarenta e oito horas  após, uma bela lixada, e laminei duas camadas de tecido de fibra de carbono unidirecional , refazendo a luva agora em epóxi+carbono.  Não sei se é o suficiente para aguentar o esforço, mas que com esse serviço acho que atingi o objetivo do cliente que era de dar uma sobrevida ao mastro e poder voltar a velejar com todas as velas. 

Após a retirada do filme de PVC

A cruzeta reformada

O Carbono



Tatoo finalizando o mastareu

Roger em Itacuruçá




domingo, 17 de novembro de 2013

TikiRio de casa nova

Enquanto eu estou fazendo um trabalho no mastro da Escuna Dona Panela(em breve materia). O TikiRio mudou de lugar. Agora no Camorim a 5 min de Angra dos Reis. A localização estratégica nos colocou bem perto dos melhores points de passeios da região. Vejam algumas fotos.

O Estaleiro Itacuruçá
O Dona Panela, com andaime no mastro



O cais do Camorim
O Cais visto da bagunça do Tiki

O Banco de Areia

Nossa poita novinha

A vista da estrada


Fred preocupado com a onda, que onda?

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

TikiRio na Escola Naval

Neste final de semana resolvi vir ao Rio para correr a tradicional regata da Escola Naval. E após um passeio maravavilhoso na tarde de sabado com Luberto e o John. Quando assistimos a largada da Clipper Around World. E ainda deu tempo de levar o casal de amigos Paulo e Andrea para um passeio de final de tarde. Totalizando 23 milhas só dentro da Baía de Guanabara !!!

As máquinas de regata de setenta pés, na Marina da Glória



All english, Wharram + John + Henry Loyd ao fundo


















A Regatta da Escola Naval foi uma experiência legal, passei a primeira noite em uma marina, atracado ao pier flutuante, com agua e luz, (muita novidade pro Tiki) e no dia seguinte achei que fosse entrar o sudeste de sábado com a mesma intensidade, não me preocupei com peso. Podia ter aliviado, ferramentas, ancora extra e outros pesos desnecessários, mas relaxei.
No barco Eu, Fred, Fernando, Caio e Marta, já na pré largada percebi que os outros barcos estavam com 3 ou 2 tripulantes. Larguei mal, quase escapei e tive que dar um jibe na comissão para logo depois encontrar todos vindo com direito de passagem, arribei e acabei largando em 3º na multicascos, chegamos juntos ao 2º ( Praia 30 )na boia de barlavento, encostamos no través, mas no popa ele foi embora, e pior o 4º colocado nos alcançava com uma enorme genaker. Montamos nosso modesto balão de soling e conseguimos manter a 3ª colocação até a boia perto das barcas ( o lugar pra marinha escolher boia pra regata ), perdemos a posição ao descer o balão um pouco antes da boia por preucação demais e nosso concorrente contando com bolinas orçou bem mais na ultima perna, ficamos em quarto eu acho, ainda não saiu o resultado na internet.
Mas o que deu pra perceber é que, o Tiki 30, se for bem afinado e aliviado de seus pesos de cruzeiro e com um balão dimensionado para ele, pode incomodar.
As fotos abaixo são de nossa proeira Marta Pourtau.


No contravento tinha de 12 a 15 nós de vento, depois foi baixando



A descida no través folgado

Caio no balão
o 4º colocado chegando

Fred no leme na hora do balão

Roger preocupado, ia perder a medalha...perdeu

terça-feira, 8 de outubro de 2013

De volta ao Rio

O TikiRio está de volta ao Rio. No sabado fui para Mangaratiba preparar o barco para a volta no domingo, mas ao chegar lá nosso leme estava solto, tive que fazer uma amarração de fortuna para dormir em paz, pois para amarrar direito é preciso estar encalhado em seco. 

No dia seguinte chegam meus tripulantes, os irmãos Caio e João, a espanhola Marta e o Hugo. O barco ganhou um ar de juventude, todos jovens unversitários, surfistas e amantes do mar. A Marta já velejava desde de pequena, os irmãos com alguma experiencia e o Hugo super prestativo e topando qualquer parada. O time estava formado, mas o leme remendado...partimos para sentir o leme e ver o que fazer. 

Já sabia que não ia dar para ir assim, mas o entusiasmo era grande e a maré do dia seguinte ajudava, seria de grande variação, resolvemos encalhar em Palmas na Ilha Grande. Foi o pit stop perfeito, chegamos, mergulhamos, almoçamos, as 16:00 encalhei de proa na praia em frente a trilha para Lopes Mendes. Começou a limpeza do casco, com os remos do tiki nervoso. Depois todos debandaram e foram conhecer Lopes Mendes pela trilha e me deixaram uma hora sozinho. Neste tempo instalei as luzes de navegação no teto da cabine, a previsão era desencalhar as 3 da madrugada e iriamos precisar se quiséssemos navegar a noite, pois a luz de top está em curto. As 19:00 começamos a mexer no leme, e em uma hora e meia o leme estava todo com amarrações novas. 



Marta a velejadora espanhola chegou no Brasil a 3 dias e já curtiu a travessia

Hugo tentando a asa de pombo ou orejas de burro como se diz em espanhol


A galera treinando uns nós para passar o tempo

João no leme

Cmte depois de uma madrugada no leme


A saida de Mangaratiba





















Dormimos com o barco parado, sem se mexer, no seco, isso é muito legal em um catamarã. Quando deu 1:30 o barco começou a balançar e aos poucos todos pularam de seus beliches, 2:00 ele boiou e partimos na escuridão, guiados pelo GPS. Foi colocar a cara para fora da Ilha Grande, o sudoeste entrou com uns 15 nós, e com esse vento e o mar a favor, fomos surfando no swell de SW. As 7:00 após um turno de 3 contra 2 dormindo, estavamos no través de Guaratiba, dormi um pouco e quando acordei já estavamos na Barra da Tijuca, em São Conrrado motoramos um pouco e antes do Arpoador já estavamos velejando de novo com o SW. Ao 12:00 pegavamos a poita na Urca. 60 milhas em 10 horas, uma boa média de 6 nós e gastamos apenas 8 litros de gasolina. Vai ser ruim de eu voltar a ter um monocasco...


Caio curtindo o leme do Tiki
Quebrar todas as previsões de chegada só traz sorrisos a galera...
Ainda escapamos de todas as chuvas, valeu São Pedro.




































P.S.: aguardem mais fotos durante a semana


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